quarta-feira, 25 de abril de 2018

Opinião :: Uma Vida Muito Boa | J.K. Rowling

Título: Uma Vida Muito Boa
Autora: J.K. Rowling
Editora: Editorial Presença
Ano: 2017
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Quando J.K. Rowling foi convidada para fazer o discurso de abertura da cerimónia de formatura na Universidade de Harvard, escolheu falar aos jovens recém-formados sobre dois temas que muito preza: os benefícios do fracasso e a importância da imaginação. Ter a coragem de fracassar, disse ela, é tão essencial para uma vida boa como qualquer ato de sucesso; imaginarmo-nos no lugar de outras pessoas - em especial daquelas que são menos afortunadas que nós - é uma qualidade genuinamente humana que deve ser incentivada a todo o custo.
 
As histórias partilhadas por Rowling e as questões estimulantes que ela colocou aos jovens formados inspiraram desde então muitos outros a refletirem sobre o que significa viver uma «vida boa».
 
Abordando temas como o fracasso, as adversidades, a imaginação e a inspiração, este livro permanece tão relevante hoje como da primeira vez que J.K. Rowling proferiu estas palavras, há 9 anos. Ao ousar correr riscos, e talvez fracassar, e ao explorar o poder da nossa imaginação, todos nós podemos começar a viver de forma menos circunspecta e, ao fazê-lo, tornamo-nos mais abertos às oportunidades que a vida tem para nos dar.

Opinião:
Este livro é pequeno em tamanho mas grandioso na mensagem que carrega. É quase um livro de bolso que se lê em minutos, e nesse tempo muita coisa se passa... Pelo menos comigo passou!
 
No livro, encontramos o discurso de J.K. Rowling na cerimónia de formatura da Universidade de Harvard em 2008. Além de as páginas estarem lindas com as ilustrações que acompanham os textos, estes incluem mensagens ricas e úteis, tanto para os recém formados como para todas as pessoas.
 
Ao longo do discurso, a autora recorre ao exemplo pessoal. Já tinha conhecimento de que J.K. Rowling passara por momentos muito complicados antes de se tornar conhecida, mas neste livro ela aborda o assunto de uma forma directa, sem rodeios, com alguns pormenores que nos fazem pensar e até arrepiar...
 
O seu percurso é um excelente exemplo para todos concluirmos que tudo o que de bom e de mau acontece pode e deve ajudar-nos a crescer e evoluir.
 
Enquanto lia estas palavras, imaginei a autora a discursar e toda a plateia a ouvi-la atentamente e a reagir positivamente. Acredito que, quem ouviu ao vivo, tenha ficado marcado para sempre. E ainda bem que ela eternizou as suas palavras num livro!
 
Este é um óptimo livro para todas as pessoas lerem. Certamente sentirão qualquer coisa com esta mensagem!

domingo, 22 de abril de 2018

Opinião :: Mariana, Meu Amor | Margarida Rebelo Pinto

Título: Mariana, meu amor
Autora: Margarida Rebelo Pinto
Editora: Clube do Autor
Ano: 2015
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
No século XVII, durante a Guerra da Restauração da independência de Portugal, soror Mariana Alcoforado apaixonou-se por um oficial francês. As cartas de amor que lhe escreveu transformaram-se num símbolo da literatura romântica universal. Trezentos anos depois, Alice revisita esta história e aprende com Mariana a vencer a tristeza de um amor perdido.
 
Mariana, Meu Amor é um romance dentro de um romance, uma narrativa a duas vozes de duas mulheres corajosas que, através de vivências quase opostas, conseguiram desafiar o seu destino e alcançar a paz, sem negar os seus sentimentos mais profundos.
 
Opinião: 
Estava expectante em relação a este livro pela ligação que existe entre o passado e o presente, com um toque de História e muito romance. Agora que o li, não sei bem o que achei... Gostei mas não adorei.
 
No livro, encontrei Alice, uma jornalista freelancer, que relata a Pedro, o homem que lhe partiu o coração, a sua vida antes e depois de o conhecer, tanto em Lisboa como no Rio de Janeiro, a forma como está a lidar com o fim da relação deles e de como descobriu e aprendeu com Soror Mariana a seguir em frente nestas situações. Alternadamente, aparece Mariana a ditar a sua história a uma noviça do Convento de Nossa Senhora da Conceição, em Beja, acerca do seu caso amoroso com o cavaleiro francês Noël Bouton.
 
Soror Mariana ficou conhecida pelas suas cinco cartas escritas a Noël, onde desabafa o seu desgosto mas também lhe garante que o vai esquecer. Apesar de ter ocorrido no século XVII, este caso tornou-se transversal a qualquer época.
 
Relativamente ao livro, pensava que ia encontrar mais aspectos históricos; as palavras de Mariana não se alongaram muito além do prazer carnal que conheceu com Noël e dos sentimentos que lhe teve ao longo da vida. Das cartas, quase nem sinal delas! Só há alguns excertos e por vezes até se repetem. É certo que não esperava lê-las a todas integralmente, mas sinto que ficou aquém do que imaginava.
Quanto a Alice, achei-a um bocado ingénua, apesar de ser uma mulher independente e determinada.
 
O que mais gostei foi da constante menção a Mariana nos textos de Alice, principalmente quando se referia ao amor e à sua personalidade. No entanto, fiquei um pouco desiludida com o final; pareceu-me demasiado romântico e levou-me a pensar: "Tanta coisa para isto?". Foi um final um tanto abrupto e fora do contexto. Mas percebi a intenção...
 
No final, há uma pequena cronologia interessante sobre Soror Mariana e alguns marcos históricos.
 
No geral, foi um livro bom de ler, mas não foi perfeito.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Opinião :: Os Vampiros do Norte | João Carlos Pinto

Título: Os Vampiros do Norte
Autor: João Carlos Pinto
Editora: Chiado Editora
Ano: 2017
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
O protagonista e narrador de Os Vampiros do Norte é Trigo Roxo, o inspetor da PJ mais temido pelos criminosos nacionais, multinacionais, espirituais e galácticos. A trama principal começa com a perseguição a um vampiro made in Portugal e termina com o resgate de escravos portugueses da barbárie perpetrada por pérfidos e sanguinários vampiros do norte, nos alpes da Baviera. A talho de foice da intriga principal, Trigo Roxo narra ainda outras operações que levou a cabo com sucesso, onde todos os outros fracassaram: a libertação no inferno, das garras de lúcifer, de dois dos poucos políticos que tiveram entrada no Céu; a aniquilação da praga de mortos-vivos, comandados por lobisomens, que se propagavam pela Sibéria e ameaçavam invadir todo o mundo; a recuperação, no planeta Yoda, de móveis de sala de jantar de design exclusivo, produzidos em Portugal, comprados, sem autorização do fabricante, por extra terrestres descendentes de terráqueos; e muitas mais aventuras de cortar a respiração.
 
Os Vampiros do Norte é uma sátira política que não vai deixar ninguém indiferente. O autor aposta o seu pescoço em como, até mesmo os leitores mais exigentes, quando chegarem à última página do livro, vão ficar com água na boca e a chorar (ou será a rir?) por mais.
 
Opinião:
Estava com alguma curiosidade em conhecer este livro, pois a sinopse prometeu uma história bastante engraçada e até fantasiosa. Inicialmente, até achei que iria ser uma história confusa, por causa da variedade de acontecimentos enumerados, mas não foi o caso.
 
Na obra, temos o inspector da PJ Trigo Roxo, que é famosíssimo a nível universal, e que, na origem de um caso de investigação que só ele poderia levar a cabo, vai contando o desenrolar desse e de outros casos que ele conseguiu resolver.
 
Após esta leitura, o primeiro comentário que posso fazer é: o autor tem uma imaginação muito fértil! De facto, ao longo do livro fui pensando nisso mesmo e este é um aspecto muito bom. Às vezes, algumas coisas pareciam demasiado inventadas, mas foram tão bem desenvolvidas que até pareceram reais. Outra coisa que também gostei foi da ironia sempre presente; tratando-se de uma sátira política, foram vários os excertos que me fizeram rir e achar que isto devia ser lido por certas e determinadas pessoas...
 
Contudo, devo dizer que não foi uma leitura perfeita porque me deparei com demasiadas gralhas e erros ortográficos, o que, para mim, é fatal. Desta maneira, fui perdendo várias vezes o fio à meada por me distrair com essas falhas. Sim, poderia simplesmente ignorar, mas, como já mencionei aqui e aqui, é algo que me faz muita comichão... Penso que a revisão não foi muito boa e deveria ter sido feita por alguém que não o autor.
 
Fora este pormenor, o livro é bom e merece ser lido, tanto para rir como para reflectir.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Livro recebido :: "Justine"

Viva! Hoje quero mostrar-vos um livro que recebi há uns tempos mas que ainda não tinha partilhado aqui: Justine, de Marquês de Sade. Ganhei este exemplar num passatempo do blogue Linked Books, que permanecerá activo durante este ano. Existem vários livros a sorteio; se quiserem, tentem a vossa sorte (saibam mais aqui)!
Desde já, o meu muito obrigada! 😍

Título: Justine
Autor: Marquês de Sade
Editora: Impresa Publishing
Ano: 2009 (originalmente publicado em 1791)

Sinopse:
Este livro acompanhou toda a vida do Marquês de Sade, tendo sido reescrito ao longo dos anos, em várias versões - inicialmente anónimas, mas que, entre outros «crimes», conduziram o autor à prisão, em 1801, por ordem de Napoleão Bonaparte. Justine - personagem emblemática desta figura da aristocracia, que se celebrizou por escândalos sucessivos e pela sua vida depravada - é uma jovem aparentemente virtuosa que vai relatando, com os mais explícitos pormenores, uma vida de orgias, abusos, violações e «sadismos» vários...

domingo, 8 de abril de 2018

Coisas de leitora #5


Não sei se é de mim, mas geralmente quando estou a ler uma história costumo reparar em alguns pormenores que coincidem com alguma coisa, algum momento ou alguma pessoa na minha vida. À primeira vista, isto pode parecer um pouco esquisito, mas o certo é que já me aconteceu várias vezes, como por exemplo a acção da história decorrer no mesmo dia em que a estou a ler, haver alguma personagem que tenha feito os mesmos anos que alguém da minha família ou haver até uma personagem com o meu nome e ter uma personalidade semelhante à minha (e isso, sim, é muito estranho de se ler...).
 
Foram várias as vezes em que encontrei coincidências engraçadas, mas nunca me hei-de esquecer de uma em particular: num manual da escola, havia uma carta de amor datada de 13 de Maio (meu aniversário) e dirigida a um rapaz com o mesmo nome do meu crush da altura! 😂 Coincidências destas são difíceis de encontrar... 😁

E a vocês também acontece isto?

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Opinião :: Capitães da Areia | Jorge Amado

Título: Capitães da Areia
Autor: Jorge Amado
Editora: Planeta de Agostini
Ano: 2002 (1.ª edição de 1937)
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Já por várias vezes o nosso jornal, que é sem dúvida o órgão das mais legítimas aspirações da população baiana, tem trazido notícias sobre a atividade criminosa dos «Capitães da Areia», nome pelo qual é conhecido o grupo de meninos assaltantes e ladrões que infestam a nossa urbe. Essas crianças que tão cedo se dedicaram à tenebrosa carreira do crime não têm moradia certa ou pelo menos a sua moradia ainda não foi localizada. Como também ainda não foi localizado o local onde escondem o produto dos seus assaltos, que se tornam diários, fazendo jus a uma imediata providência do Juiz de Menores e do dr. Chefe de Polícia.
 
Opinião:
Numa nota inicial sobre o autor, que acompanha todos os livros desta colecção, refere-se que a primeira edição da presente obra foi queimada em praça pública, devido ao intenso envolvimento de Jorge Amado na política. Uma curiosidade interessante que me deu mais vontade de ler esta história, que se trata de um relato sobre as crianças abandonadas da Bahia, que vivem de furtos e moram na rua. Elas são vistas como delinquentes e são igualmente negligenciadas pela sociedade; aliás, existe um esforço em descobri-los e enviá-los para o reformatório, lugar onde o regime é à base da violência.

Com esta leitura, conheci de perto estas crianças e o que lhes vai na alma; a maioria delas é órfã e nunca teve infância: elas tiveram de crescer à força e não sabem o que é o amor e o carinho. Também havia pessoas que as compreendiam e se preocupavam em lhes melhorar o futuro,  pois algumas delas tinham talentos escondidos, mas estas crianças, por mais que quisessem mudar, presavam demasiado a vida e a liberdade que viviam.
 
Esta é uma dura crítica social que mostra as injustiças e desigualdades daquela época, principalmente. Aqui vê-se bem o poder dos homens de estatuto elevado e o desprezo em relação aos que não vão ao encontro das suas ideias, ainda que sejam erradas. Contudo, há sempre lugar para a esperança e a história guia-se por isso mesmo.
 
Até agora, este foi um dos livros de que mais gostei de Jorge Amado, pela sua pertinência e ironia, bem como pela beleza de escrita. Adoro viajar pelo Brasil através da leitura destas obras.