quarta-feira, 25 de maio de 2016

Opinião :: A Descoberta da América pelos Turcos | Jorge Amado

 
Resumo e opinião:
Pela altura das comemorações do Quinto Centenário da Descoberta da América, Jorge Amado e mais dois escritores do continente americano foram convidados a escrever uma história para uma empresa de aviação italiana. No entanto, o projecto não foi avante, mas a sua obra já tinha sido publicada noutros países e feito sucesso.
 
Este romancinho fala-nos dos turcos (designação dos brasileiros para todos os árabes, sírios, libaneses, ...) que descobriram o Brasil em 1903. O sírio Jamil Bichara e o libanês Raduan Murad foram colegas de viagem para o Eldorado do cacau, no Sul da Bahia, em busca de melhor vida. Jamil instalou-se em Itaguassu enquanto que Raduan ficou-se por Itabuna, mas por vezes Jamil deslocava-se até lá onde reencontrava o amigo e se divertiam juntos.
 
Num momento de descanso, Jamil recordou-se de quando foi aconselhado por Raduan a fazer sociedade com Ibrahim Jaret n'O Barateiro caso se casasse com Adma, a sua filha mais velha. Das suas quatro filhas, Adma era a menos bonita e a única solteira, já na idade de se casar. Como a situação na loja e no lar estava complicada, Ibrahim falou com Raduan para o ajudar a procurar um pretendente para a filha e para a administração do negócio. É no desenrolar da história que conhecemos o desfecho deste problema.
 
O romance é pequeno e muito agradável de ler, pois inclui inúmeros pormenores humorísticos proporcionados pela escrita um tanto desbocada de Jorge Amado. É de leitura rápida e que nos traz algumas gargalhadas. Gostei.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Opinião :: A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua | Jorge Amado

 
Sinopse: 
Até hoje permanece certa confusão em torno da morte de Quincas Berro Dágua. Dúvidas por explicar, detalhes absurdos, contradições no depoimento das testemunhas, lacunas diversas. Não há clareza sobre hora, local e frase derradeira. A família, apoiada por vizinhos e conhecidos, mantém-se intransigente na versão da tranqüila morte matinal, sem testemunhas, sem aparato, sem frase, acontecida quase vinte horas antes daquela outra propalada e comentada morte na agonia da noite, quando a lua se desfez sobre o mar e aconteceram mistérios na orla do cais da Bahia. 
 
Resumo e opinião: 
A primeira história do livro começa com uma breve introdução ao mistério em torno das duas (ou talvez três) mortes de Quincas Berro Dágua. Na verdade, Quincas é Joaquim Soares da Cunha, um homem trabalhador, com mulher e filha e uma vida exemplar, mas que de repente decide abandonar a família e entregar-se ao álcool e à má vida, perdendo o seu bom nome e respeito e morrendo para a sociedade. Considerando esta a sua morte social, a primeira morte física é confirmada aquando da descoberta do corpo por uma amiga, que mais tarde é comunicada à família e esta lhe trata do funeral, apesar das relações cortadas. No velório, Quincas possui um fato e calçado novos, fazendo recordar Joaquim, e também um sorriso cínico que dá a ideia de que ele não está morto. Mais tarde, os amigos de Quincas vão vê-lo, bebem em sua memória e decidem levá-lo para o cais para festejar. Incluindo a presença da sua amante, vão todos andar de barco. Contudo, uma tempestade faz com que Quincas caia à água e se dê a sua segunda morte física e definitiva. Mas, afinal, qual terá sido a verdadeira morte? É o mistério que o autor pretende desvendar no livro.
 
Em cerca de 50 páginas, Jorge Amado convida-nos a conhecer esta intrigante história de Quincas Berro Dágua. Numa nota inicial, é possível constatar que este livro foi escrito em 48 horas e a sua leitura também não deixa de ser rápida, aliada ao facto de ter vários pormenores humorísticos. É um livro simples, do qual eu gostei.

A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua / A Descoberta da América pelos Turcos | Jorge Amado

Viva! Acabei finalmente de ler mais um livro de Jorge Amado. Escolhi-o por me apetecer ler um livro pequeno, e este em especial por incluir duas histórias, mas nem por isso demorei menos tempo... Sinceramente não tenho tido muita vontade para ler. E a semana eurovisiva também me "tirou" essa vontade. 😜 Mas o certo é que já o acabei e já escrevi sobre ele! Por se tratarem de duas histórias, decidi que vou escrever sobre cada uma em dois posts distintos. Assim ficam posts mais curtos... 🙂
 
Entretanto vou escolher outro livro para ler, mas irei fazer uma pausa nesta colecção. Para não enjoar!

Título: A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua / A Descoberta da América pelos Turcos
Autor: Jorge Amado
Editora: Planeta de Agostini
Ano: 2002

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Livros recebidos :: "Coma Bem Sinta-se Bem" e "Dieta dos Casais"


Hoje venho mostrar dois livros que ganhei em passatempos e recebi recentemente. Sim, tenho tido muita sorte ultimamente! São livros sobre um tema que me interessa bastante: a alimentação. Já há algum tempo que tenho mais cuidado com aquilo que consumo e procuro sempre informar-me sobre as melhores opções a tomar. Para além do aspecto físico, é importante seguirmos uma alimentação regrada para conseguirmos ter mais saúde e evitar inclusivamente certas doenças. Essencialmente, devemos sentirmo-nos bem com o nosso corpo!
 
Com estes livros, terei sempre à mão conselhos e informação úteis sobre nutrição e saúde e também várias receitas saudáveis e deliciosas!

Título: Dieta dos Casais
Autora: Patricia Davidson Haiat
Editora: Marcador
Ano: 2016
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Dizem que o amor engorda, mas é igualmente verdade que, quando um casal se prepara para emagrecer, a dois, e para adotar hábitos saudáveis, a motivação é muito maior e ambos alcançam resultados surpreendentes.
 
Munida da sua experiência clínica e das pesquisas mais recentes sobre alimentação, a nutricionista Patricia Davidson Haiat aceitou o desafio de criar um plano alimentar – prático e acessível, para casais baseado na Nutrição Funcional.
 
Tendo em conta as diferentes necessidades nutricionais de homens e de mulheres, e respeitando as particularidades hormonais e psicológicas de cada um, este livro tem: 
  • um plano em três fases para emagrecer até 2 quilos por semana
  • mais de 130 receitas fáceis e deliciosas para preparar e desfrutar a dois
  • sugestões de alimentos funcionais indicados por género e faixa etária
  • estratégias para a integração do programa na rotina familiar
  • depoimentos de casais que emagreceram juntos

 Título: Coma Bem Sinta-se Bem
Autora: Dr.ª Sarah Brewer
Editora: Arteplural
Ano: 2016
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
A alimentação é a nossa primeira linha de defesa contra a doença – e um regime alimentar ponderado pode ajudar a prevenir ou mitigar praticamente qualquer problema de saúde.
Neste livro, a Dr.ª Sarah Brewer revela o que deve comer para combater 50 maleitas comuns, com base nos princípios da medicina nutricional. Desde a hipertensão arterial ao eczema, passando pela osteoartrite e pela depressão, descubra o que deve e o que não deve consumir para fazer pender a balança a favor da sua saúde.
Com deliciosas receitas e ainda conselhos sobre os superalimentos essenciais que lhe trarão benefícios para a saúde de um modo geral, Coma Bem Sinta-se Bem mostra-lhe como a sua alimentação lhe permitirá manter-se saudável e feliz à medida que vai envelhecendo.
Inclui:
  • conselhos sobre nutrição baseados nos últimos estudos científicos;
  • listagem de problemas de saúde para uma consulta mais rápida e fácil;
  • recomendações de superalimentos para combater a doença no seu dia-a-dia.

domingo, 15 de maio de 2016

Música :: Final do Eurovision Song Contest 2016

Segui atenta, ontem, à Grande Final do Festival Eurovisão da Canção 2016. Foi uma noite rica em boas músicas e com alguma variedade de estilos, sendo que o vencedor foi difícil de adivinhar.
 
Pelo que li nas redes sociais, os fãs consideravam possíveis candidatos à vitória a Rússia, a Austrália e a França. Destes três, preferia a música da Austrália – o vozeirão da Dami Im surpreendeu-me! mas também gostei da música da França, bastante diferente do que ela costuma levar ao festival. Já a da Rússia não achei nada especial e penso que o que mais a destacou foi a apresentação em palco: os efeitos utilizados realmente fizeram espectáculo.
 
Das músicas finalistas, para além da australiana e da francesa, gostei da belga (que me lembra a música australiana do ano passado, para além de fazer o meu género!), da búlgara (com um estilo muito ouvido nos dias de hoje), da croata (com uma sonoridade própria da sua cultura da qual gosto muito), da espanhola (mais pelo facto de ser festivaleira e de ser diferente do que a Espanha costuma apresentar) e da lituana (passei a gostar dela ao ouvi-la pela segunda vez na final). Ena, tantas! As restantes não me marcaram muito, havendo até algumas que nem deveriam ter passado (exemplo da Geórgia)...
 
A apresentação das 26 músicas passou demasiado rápido para mim! Enquanto a votação decorria, foram passados alguns vídeos sobre o festival e também de vários artistas suecos de sucesso (alguns que eu nem sabia que o eram). Depois contámos com a presença de Justin Timberlake que nos presenteou com os seus mais recentes singles.
 
E finalmente chegou a hora de conhecer as pontuações! Este ano, o sistema de voto sofreu alterações, adoptando assim o sistema utilizado no Melodifestivalen (festival nacional sueco): ao contrário do que tem sido habitual (cada país atribuía de 1 a 8, 10 e 12 pontos, resultados da combinação de 50% dos votos do júri e 50% do público), os votos do júri nacional e do público são entregues em separado, sendo os do júri ditados por um porta-voz em cada país e os do público pelos apresentadores. Este método prometeu prolongar o suspense, evitando que se conhecesse o vencedor a meio da votação (como aconteceu várias vezes). E realmente funcionou! A votação do júri colocou a Austrália no topo com algum destaque, seguida pela Ucrânia e pela Rússia. O momento alto do programa deu-se aquando da divulgação dos votos do público: os pontos alteraram completamente as classificações, culminando com a surpreendente vitória da Ucrânia. Acho que quase ninguém estava à espera que ganhasse a Ucrânia, mas eu até acabei por ficar contente. A música era das mais intimistas (se não a mais) e a letra era extremamente forte. A interpretação da cantora Jamala foi essencial para a mensagem ser transmitida ao público, mesmo aquele que não entende inglês.
 
A polémica veio imediatamente ao de cima. As críticas dispararam nas redes sociais, dizendo que esta foi uma vitória política de "ataque à Rússia", mas também que preferiam que tivesse ganho a Austrália ou a Rússia (que ficaram em 2.º e 3.º, respectivamente).
 
Da minha parte, fiquei muito contente por a Ucrânia sair vencedora. Pode não ter sido a minha música de eleição, mas não deixa de ser uma boa música. E para quê guardar rancores em relação a esta vitória? Sejamos todos mais compreensivos e tomemos o espírito amigável da Eurovisão como o mais importante. O ESC é uma festa para celebrar a música que uniu a Europa e todos os países que participam!
 
E, para o ano, lá vamos nós à Ucrânia!


sexta-feira, 13 de maio de 2016

Sexta-feira, 13 de Maio

Hoje é o meu aniversário!
 
Sempre gostei do dia em que nasci. É o dia da Nossa Senhora de Fátima e, apesar de eu não ser crente, tenho-lhe um carinho especial. Muita gente diz que nasci num dia bonito e isso dá-me um certo orgulho. Para além disso, o 13 é um número interessante: uns adoram-no, outros odeiam-no, mas o certo é que não passa despercebido! E eu faço parte dos que o adoram!🙂
 
Esta data, por si só, já é especial. E quando calha à Sexta-feira? É ainda melhor!😄
 
Adoro fazer anos à Sexta-feira. Por mais normal que possa ser, a Sexta-feira 13 nunca escapa aos mais supersticiosos. Para mim sempre foi um dia de sorte! E hoje não foi excepção. Estive com a minha família e alguns amigos e recebi inúmeras mensagens de parabéns que me encheram o coração. Foi mais um aniversário que passou e espero que se repita por bons anos com ainda mais ânimo e alegria!

terça-feira, 10 de maio de 2016

Música :: Eurovision Song Contest 2016


A semana eurovisiva já começou! Quem me conhece, sabe bem que eu sou fã desde sempre. Acho até que posso dizer que sou fã desde que nasci porque "escolhi" nascer no dia da Grand Final de 1995! Foi uma coincidência que descobri há uns tempos e que me deixou de sorriso na cara.
 
Bem, este ano Portugal não vai participar. Já o estava a prever quando a nossa representante do ano passado não passou (perdoem-me a redundância) à final. Desde 2010 que não obtínhamos um lugar nas finais e, tal como em 2013, não concorremos. E, tal como em 2000 e 2013, sendo a Suécia a anfitriã... Foi uma notícia triste para os fãs, mas a RTP prometeu que iríamos regressar em força em 2017. Assim espero!
 
Uma notícia um pouco mais chocante foi quando a RTP, no dia 1 de Abril, divulgou que não iria transmitir nenhum dos eventos em nenhuma das suas plataformas. Queria acreditar que era uma graçola do dia das mentiras, mas não era. A revolta tomou conta de muitas pessoas, dando origem a inúmeras queixas contra esta decisão e foi até destaque n'A Voz do Cidadão. O certo é que a RTP negociou com a União Europeia de Radiodifusão (UER) um "preço especial" para poder transmitir as semi-finais e a final do Festival. E esta reconsideração foi um grande alívio para os fãs!
 
E hoje é o dia da primeira semi-final! Será transmitida em diferido cerca das 22 horas, tal como tem vindo a ser hábito (no caso das semi-finais em que Portugal não participa ou não concorre). Estou curiosa e bastante ansiosa para conhecer as músicas. Não tenho por hábito ouvir as canções antes dos eventos. Gosto da surpresa do momento!
 
Esta semana vai ser dedicada ao Eurovision Song Contest (ESC). A semana por que tanto anseio todos os anos... Coisas de fã! 🙂
 
And let the show begin!

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Opinião :: Cacau | Jorge Amado

Título: Cacau
Autor: Jorge Amado
Editora: Planeta de Agostini
Ano: 2002 
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Saltei em Ilhéus com dezesseis mil e quatrocentos, uma pequeno trouxa de roupa e uma grande esperança não sei mesmo de quê.
 
Um carregador me informou que pensão para quem procura trabalho só na Ilha das Cobras, aglomerado de ruelas que se escondia no fim da cidade pequena e movimentada. E até me recomendou a casa de D. Coleta, onde o sarapatel era suculento. Era suculento de verdade. Mas por ele e pela cama em que dormia eu pagava diariamente dois mil-réis. Passei quinze dias na pensão de D. Coleta. Já devia quatorze mil-réis e ela fez-me ver que tinha sido muito condescendente comigo, que eu pelo menos deixasse o quarto e a bóia para outro hóspede que pudesse pagar. Ela era pobre e não podia...
 
Peguei a minha trouxa e saí. O cacau nesse ano começara a cair e não estava muito fácil arranjar trabalho.

Opinião:
Cacau é um livro escrito em 1933 e começa com uma nota introdutória do autor: «Tentei contar neste livro, com um mínimo de literatura para um máximo de honestidade, a vida dos trabalhadores das fazendas de cacau do sul da Bahia.». De facto, este livro é-nos contado na primeira pessoa por um trabalhador sergipano, onde relata a vida quase escrava dos mais pobres que iam trabalhar para as fazendas dos coronéis. São-nos apresentadas várias críticas à disparidade social, como a desigualdade e a exploração, a vida boémia da elite e a miséria dos trabalhadores. Mas o ponto principal que o narrador nos faz notar é a "consciência de classe". Os comportamentos de cada classe são completamente diferentes; enquanto que os ricos são mais egoístas e incompreensivos, os pobres são honestos e mais unidos, sendo que o autor dá relevância aos valores dos mais desfavorecidos.
 
À parte disto, assistimos ao breve romance entre o sergipano e Mária, a filha do coronel Misael, dono da fazenda onde trabalha. Um romance que poderia ter dado certo, caso um deles aceitasse mudar de estatuto (mais um realce à consciência de classe).
 
Inicialmente, a leitura não me cativou muito, dificultada um pouco pela gíria do português do Brasil. No entanto, as últimas páginas surpreenderam-me e fizeram com que percebesse toda a história e gostasse um pouco mais do que acabara de ler. O livro é pequeno e contém bastantes ilustrações, pelo que se lê relativamente rápido.
 
É um bom livro para conhecer e compreender a vida e os costumes das várias classes sociais brasileiras daquela época.
 
Foi o primeiro livro que li de Jorge Amado e irei com certeza ler mais, já que tenho uma colecção com mais de 30 livros para ler. 🙂